Converso muito com meu pai e minha mãe de como era antigamente.
Diziam que aqui no Pouso Alegre a quermesse (preparação e a festa em si) demorava um mês.
Tinha festeiro que se encarregava das coisas e tinha ajudantes.
A paquera com pais severos e violentos, era possível só em noites de festas dos santos.
Vocês entendem que demoravam meses para dar um mísero beijo na menina(o) de quem se gostava? Então...
Outros tempos, tempos belos, o tempo girava devagar, tudo era mais calmo.
Eu também já tive minha mocidade e atrevimento nas quermesses.
Beijos roubados sobre os olhares reprovadores de São João, São Pedro e Santo Antonio...
Mas tinha um que de inocência, de uma pureza mesmo nos pecados. Hoje a gente peca e nem mais se arrepende.
Mas mesmo assim, depois de tudo o que se passou, encravado lá no fundo do meu peito pagão ( junto com credos e ava-marias inacabadas) ainda ouço batidas do meu coração cantando:
" Anelava num recado uma mensagem elegante: "Quero moça de quermesse que quer missa pra casar..."