O especial realizado pelo Jornal Estadão, traz a rememoração e também a redescoberta deste ícone Pop brasileiro na França (muito antes desse termo existir).
Vamos explorar juntos a vida deste homem magnífico que não apenas sonhou, mas lutou muito e realizou seus desejos e objetivos!
HISTÓRIA DO AVIADOR É MUITO MAIS INTERESSANTE DO QUE SE APRENDE NA ESCOLA
Luciana Garbin
Alberto Santos-Dumont entrou para a história como o pai da aviação. É assim que se ensina nos colégios. Mas ele foi muito mais do que isso. Fotos, cartas, objetos e documentos pessoais inéditos ou que passaram décadas esquecidos e estão sendo postos à disposição do público mostram que ele não só provou que era possível decolar com o 14-Bis como criou outros 20 projetos, incluindo balões, dirigíveis, helicóptero e a Demoiselle, sua obra-prima.
Encomendou, sim, o relógio de pulso, mas também ditou moda com colarinhos altos, cabelo dividido ao meio e o chapéu panamá amassado. Ganhou prêmios importantes e se tornou rei de Paris numa época em que a França era a capital cultural do mundo. Conviveu com nobres, artistas e grandes inventores. Foi tema de milhares de reportagens, em jornais e revistas do mundo inteiro.
Le Petit Journal
e as reportagens sobre os modelos de Dumont:
14 BIS e DEMOISELLE 20
14-BIS
Praça, colégio, restaurante, banda de MPB. Não faltam homenagens ao avião mais famoso de Santos-Dumont. Apelidado de “ave de rapina”, o 14-Bis foi o primeiro objeto mais pesado que o ar a se levantar do solo por meios próprios, sem auxílio externo. E entrou para a história.
DEMOISELLE É OBRA-PRIMA DE INVENTOR
Para especialistas, a Demoiselle foi o melhor modelo criado por Alberto Santos-Dumont. Primeiro ultraleve da história da aviação, ela surgiu como o número 19 do aviador e foi depois aperfeiçoada no número 20. Feita de bambu e coberta com seda envernizada, voava com um motor de 25-30 cv e pesava apenas 115 quilos.
Alberto Santos-Dumont é um nome que muitos brasileiros conhecem, mas a maioria da população pouco sabe sobre ele além de que inventou o avião. Para especialistas, a criação da figura do pai da aviação, do herói que levou o nome do País para o mundo, acabou mais o distanciando do que o aproximando dos brasileiros.
“O Santos-Dumont que chegou à escola brasileira foi fabricado pela política fascista do Estado Novo. Aí o mito do pai da aviação pegou e ficou desinteressante e chato”, diz o escritor Márcio Souza.
“Mas Santos-Dumont não teve nada de chato. Ele foi do playboy que tirava racha de automóvel no Bois de Boulogne ao aileron (peça inventada pelo aviador brasileiro que, instalada na asa, ajuda a controlar o movimento da aeronave e até hoje é usada). Criou o check-in, o hangar, o nome aeroporto.”
“Mas Santos-Dumont não teve nada de chato. Ele foi do playboy que tirava racha de automóvel no Bois de Boulogne ao aileron (peça inventada pelo aviador brasileiro que, instalada na asa, ajuda a controlar o movimento da aeronave e até hoje é usada). Criou o check-in, o hangar, o nome aeroporto.”
“Santos-Dumont não foi herói, não foi pai da aviação. Ele era um cientista, autodidata, pioneiro do design”, completa o artista plástico Guto Lacaz, curador da exposição Santos=Dumont Designer em 2006 e 2009 e integrante de um fã-clube do aviador.
DOCUMENTÁRIO SANTOS DUMONT
A INVENÇÃO DO AVIÃO