O guitarrista americano de Jazz Pat Metheny, já com sua carreira consolidada como um dos principais músicos de jazz, veio ao Brasil nos anos 80 para conhecer, o que entendia ele, o local chamado Clube da Esquina.
A expectativa certamente era para encontrar um Club de Jazz ou um conservatório de música, tão comuns na sua terra natal. Ficou surpreso, pra se dizer o mínimo, quando foi apresentado a uma calçada no bairro de Santa Teresa em Belo Horizonte, onde alguns garotos de Minas se reuniram pra criar o que seria um dos principais movimentos musicais brasileiros.
A música tem dessas histórias: um grupo de garotos pobres criaram uma música capaz de influenciar um grande músico estrangeiro.
Milton Nascimento e os irmãos Borges respondem de maneira definitiva: A cultura popular não precisa ser elitizada para ser cultura, precisa apenas ser autêntica.
Os gêneros populares, ou os comercialmente explorados, estão na mesma estante onde também estão a vulgaridade, futilidade, hipocrisia e porque não dizer, a burrice. Não porque seus protagonistas o sejam, é provável que seja o contrário.
Então porque estávamos tão carentes de uma cultura popular que desfrute de elevado conceito dentro e fora do Brasil ?
Então porque estávamos tão carentes de uma cultura popular que desfrute de elevado conceito dentro e fora do Brasil ?
Humildemente insisto, a resposta pode ser autenticidade. A criatividade e o talento estão por aí, nossos temas permanecem relevantes, nossas paisagens ainda são belas, as mulheres continuam gostosas, nossos políticos são ainda piores que antes, ainda amamos e sofremos e desejamos viver e vencer.
A musica brasileira autêntica tem muitas maneiras de ser feita, mas parece que está sendo feita da única maneira que oprime nossa cultura, silenciada pelo dinheiro.
Na capa do Disco Clube da Esquina lançado em 1972 está a figura de dois garotos, um negro e um branco, ligados pela infância e pela simplicidade, nada podia representar melhor o Brasil.
Ninguém que tenha consciência pode falar mal da cultura Brasileira atual sem conhecer esse disco.
Audição obrigatória!
Sigamos em busca da autenticidade que nos fez grandes.
"os sonhos não envelhecem!"
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ÁLBUM COMPLETO
TEXTO:
Marcos Costa
Guitarrista e músico de mão cheia.